domingo, 10 de maio de 2009

KUMBÚ, PRA QUEM TE QUER...











Kumbú
Pra quem te quer...

Podes comprar a cama
Mas não podes garantir o sono;
Podes ostentar a coroa
Mas não podes perpetuar o trono


Podes comprar a harpa, o kissanje,
Mas o talento tem valor inestimável;
Podes ate inventar asas e voar
Mas voar como a água é impensável


Kumbú
Pra quem te quer...
Podes ate comprar a garina
Mas o coração dela, jamais;
Pode o homem até se vender
Mas não serás dono dos seus ideais


Podes empunhar a mutimba
Mas a segurança não garantes;
Podes blindar a carroça
Mas não podes estancar os meliantes


Kumbú
Pra quem te quer...


Podes comprar um castelo
Mas os sonhos não podes pagar;
Podes até subornar as rugas
Mas o tempo não se deixa enganar


Podes mesmo rifar o corpo
E assalariar os prazeres do sexo
Mas não podes pagar o lume da paixão
Nem a ventura de partilhar um nexo


Kumbú
Pra quem te quer...


Essa vida se hipoteca aqui
E na morte não encontra apreço;
Podes comprar todos os tesouros
Mas a felicidade não tem preço!

Kumbú
Pra quem não te quer
Eu te quero


N. Talapaxi S.








SIMPLESMENTE... LUZ!


Á amiga
Louise Luz



Para rasgar o breu
Da noite que - por vezes - te assola
Mesmo quando de noiva se veste a lua
Pra enlaçar-se com a tua alma
No templo luzido dos teus olhos...




Basta que sejas um raio de sol
Que sejas simplesmenmte... Luz!




Se luscos e fuscos
Quedarem-se todos os horizontes
E não poderes veslumbrar uma ponte
Que te leve à cabal felicidade,
Lembre-se de se virar pro alto do Monte




E clame por socorro - reflita o astro-mor,
E seja simplesmente... Luz!




Não haverá mares vermelhos
Que não se abram para a tua passagem,
Por mais tenebrosas que sejam as suas ondas,
Nem tempestades sobre as quais não triunfes
Por mais torrenciais que sejam as suas águas




Basta que tenhas uma mostarda de fé,
Que sejas... simplesmente luz!




N. Talapaxi S.
(Niteroi, 2003)