N. Talapaxi S.
Veio das bualas
De um musseque desprezado
Desceu do candongueiro
Protestou contra o cargueiro
Desvendou um trapo
Espantou a poeira
Lustrou os pés e os saltos
Recompos-se dos sobressaltos
Ajeitou a seda no manequim
Atendeu o penteado postiço
Cochichou com um pedaço de espelho
Que lhe segredou um conselho
Abriu uma careta de assombro
Fez arte, bocas e olhares
E refez a banga!
Depois
Desceu à baixa de Luanda
E na Marginal se sentiu Kianda
Veio lá das bualas
De um musseque abandonado
E no sonho de Kianda
Se encontrou!
Luanda, 09/Junho/2010