terça-feira, 2 de agosto de 2011

À REALIDADE CRUEL

N. Talapaxi S.


Pode se bater - se debater
E até se abater - e acabar com tudo
Pode se atirar no chão
- Do chão não vai passar mesmo!


Pode clamar na escuridão
Abrir o berreiro no breu
Espantar o mosquiteiro
Assstar a vizinhança inteira
Pode, sim!... ou, não!


Já que a vela se derreteu
E a chama se apagou


Que o fofandó não tem gasolina
E o telemóvel já não acende
Porque o bolso ancorou


Pode clamar na escuridão
E reclamar com você mesmo


Pode fechar de novo os olhos
Forçar o sono chegar
E até conseguir dormir outra vez
Acordar em outras dimensões
Em outro Éden
Outro campo de nudismos


Acorda!
Pouco adianta agora
Quer retomar
Duvido que seja ainda o mesmo sonho!
Foi belo, natural e puro demais
Para a nossa cruel realidade


Essa aqui é a realidade
Que nem permite mais o sonho