segunda-feira, 11 de maio de 2009


É GATUNO!
N. Talapaxi S.


"Efi kenafiau o nsongi,
i fiwetw, ke mu ulolo wa mbidi
a yimpumbulu.
Tona kwa zilu, yo tata nsongi:
kadi mbaninu andi luvuvama"
Nkunga 37:16-27
(Salmos)



Quem rouba é um pobre
Quem sonega é um nobre

Quem rouba conta os tostões
Quem sonega multiplica os milhões

Quem rouba morre presidiário
Quem sonega vive milionário

Quem rouba é o pobre
Quem sonega é o nobre

Quem rouba é o pião
Quem sonega é o patrão

Quem rouba corre o risco
Quem sonega confisca o fisco

Quem rouba come o pão que o diabo amassa
Quem sonega brinda o que trapaça

Quem rouba não tem mérito
Quem sonega tem crédito

Quem rouba tem a lei por cima
Quem sonega tem a lei de estima

Quem rouba agrava o dilema
Quem sonega ganha um diadema

Quem rouba é perseguido
Quem sonega é protegido

Quem rouba sempre aparece
Quem sonega... desaparece

Quem rouba acaba morto
E deixa uma desgraça;
Quem sonega morre no conforto
E deixa uma herança

COMEDIA DO DIABO 2


"kusundwa kwai bo,

sunda kak'o bi muna wete"

Romanos 12:21



Equilibrando-se sem asas
À borda do despenhadeiro
Entre o concreto do Chá
E o abstrato do abismo
Na vasta cova do Anhangabaú;
À bordo de um astral vazio,
Entre as dúvidas

E as dívidas - da existência
E a sedução da morte...


Eis o seu picadeiro
Para a derradeira sátira


Eis o seu monte
Para o último sermão


Eis o seu trampolim
Para o pino final...


Perdeu a fonte a água,
Perdeu o pão;
Perdeu a alma e a estima,
Perdeu o chão;
Perdeu a fé e até o sonho
Perdeu - pra si mesmo - o perdão


É a comédia do diabo:
Você escreve - ele produz;
Você atua - ele conduz;
Voce recua... e não acha luz


Equilibrando-se a beira de um inferno
Só lhe falta pensar... e (a)tirar-se
Pra chegar ao fim
Mas perdeu também o equilíbrio
E sem asas pra voar
Perdeu-se!



N. Talapaxi S.

UM NORTE











Wa, o wana s'ekau dia Yave;
mbongo a vumu i nsendo andi"
Mkunga 127:3
(Salmos)

Acróstico
Para a minha filha


Ainda que o amor não existisse
Não haveria tamanho sentimento
No céu, na terra ou até no inferno
Antes desse que por ti me alimento


Com você o meu universo
Acontece como a flor que brota na rocha;
Realiza-se com a fé que se levanta
Onde o concreto se afrouxa;
Levita-se acima das nuvens cinzentas
Intentando abrir-te um norte
No qual possas seguir sempre ditosa
Ainda que logo me chegue a morte!


N. Talapaxi S.