
"kusundwa kwai bo,
sunda kak'o bi muna wete"
Romanos 12:21
Equilibrando-se sem asas
À borda do despenhadeiro
Entre o concreto do Chá
E o abstrato do abismo
Na vasta cova do Anhangabaú;
À bordo de um astral vazio,
Entre as dúvidas
E as dívidas - da existência
E a sedução da morte...
Eis o seu picadeiro
Para a derradeira sátira
Eis o seu monte
Para o último sermão
Eis o seu trampolim
Para o pino final...
Perdeu a fonte a água,
Perdeu o pão;
Perdeu a alma e a estima,
Perdeu o chão;
Perdeu a fé e até o sonho
Perdeu - pra si mesmo - o perdão
É a comédia do diabo:
Você escreve - ele produz;
Você atua - ele conduz;
Voce recua... e não acha luz
Equilibrando-se a beira de um inferno
Só lhe falta pensar... e (a)tirar-se
Pra chegar ao fim
Mas perdeu também o equilíbrio
E sem asas pra voar
Perdeu-se!
N. Talapaxi S.
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