terça-feira, 12 de maio de 2009

ARTE DE ÉBANO


Seus passos
No invejar do antílope
No compasso das suas ancas
Balançam a dança
Que balança as suas tranças
E os gêmeos de maboque
Que estufam o seu peito
Só não dançam os meus olhos
Hipnóticos
Enfeitiçados
Diante de toda essa arte!
Mas minha alma balança


Nem mulata de alegorias
Nem morena de sol a pino
Nem chocolate
Nem marrom de superstições
Nem mulher "de cor"


Mas preta - com muita graça
E negra - com toda a raça


Com a pintura de nagô
E a magia dos bantos
Essa escultura de ébano
Me balança

N. Talapaxi S.