
NÃO ME DIGA
PRA NÃO SONHAR
(N. Talapaxi S.)
“Vo i lukwikilu, i lusikidisu lua mana
Mesiwang’e vuvu, e nton’a lekwa
Ilembele moneka”
Ayibere 11:1
(Hebreus)
Não me digas pra não sonhar
Não é ao teu pé
Que o manto da kandengue se definha
E traz à tona o tenro esqueleto
Com a cara lívida
Implorando mais alma
Para escorar o corpo mazeza
Ao menos até o próximo amanhecer
Não me digas pra não sonhar
Não é a tua cabeça
Que perde os travesseiros
Nos pesadelos de cada torrente que cai
E racha o teto – já remendado,
Mistura-se ao pranto
Alaga a ilusão...
Só não arrasta a fé
Que – ainda – segura a cubata na encosta
Ao menos até a próxima chuva
Não me digas pra não chorar
Não é no teu prato
Que a colher raspa o vento
.....................................
Ao menos até a próxima esmola
Não me digas pra não sonhar
Não é o teu peito
Que sangra de tristeza
Quando a mão sai vazia do cafocolo
E nem um lwei furado
Pra inteirar na miséria da passagem
Em busca de bumbas subalternas
Pra contornar a indigência
Ao menos até o próximo biscate
Não me digas pra não sonhar
Não é o teu dorso
Que suporta os pregos dessa cruz
Dessa paixão que maltrata
Suga o viço
Enruga a cútis
Zomba – cospe – chuta – joga...
Mata um pouco a instante...
Pelo menos até o próximo biscate
Pelo menos até a próxima esmola
Pelo menos até a próxima chuva
Pelo menos até o próxima amanhecer
Só me resta agora o sonho.
Não me digas pra não sonhar!
(N. Talapaxi S.)
“Vo i lukwikilu, i lusikidisu lua mana
Mesiwang’e vuvu, e nton’a lekwa
Ilembele moneka”
Ayibere 11:1
(Hebreus)
Não me digas pra não sonhar
Não é ao teu pé
Que o manto da kandengue se definha
E traz à tona o tenro esqueleto
Com a cara lívida
Implorando mais alma
Para escorar o corpo mazeza
Ao menos até o próximo amanhecer
Não me digas pra não sonhar
Não é a tua cabeça
Que perde os travesseiros
Nos pesadelos de cada torrente que cai
E racha o teto – já remendado,
Mistura-se ao pranto
Alaga a ilusão...
Só não arrasta a fé
Que – ainda – segura a cubata na encosta
Ao menos até a próxima chuva
Não me digas pra não chorar
Não é no teu prato
Que a colher raspa o vento
.....................................
Ao menos até a próxima esmola
Não me digas pra não sonhar
Não é o teu peito
Que sangra de tristeza
Quando a mão sai vazia do cafocolo
E nem um lwei furado
Pra inteirar na miséria da passagem
Em busca de bumbas subalternas
Pra contornar a indigência
Ao menos até o próximo biscate
Não me digas pra não sonhar
Não é o teu dorso
Que suporta os pregos dessa cruz
Dessa paixão que maltrata
Suga o viço
Enruga a cútis
Zomba – cospe – chuta – joga...
Mata um pouco a instante...
Pelo menos até o próximo biscate
Pelo menos até a próxima esmola
Pelo menos até a próxima chuva
Pelo menos até o próxima amanhecer
Só me resta agora o sonho.
Não me digas pra não sonhar!
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